Reflexos [2]


Ao estilo de “prefácio” permito-me esclarecer que o que aqui transcrevo será – independentemente de agradar ou não a quem quer que seja –, a minha opinião e que continuarei a fazê-lo convicto de que a razão me assiste… [até prova em contrário!?]

A segunda parte deste comentário terá a ver com a vertente “politica”, a da influência…
Não será difícil percebermos que a influência cristã [ortodoxa (?)] está bem patente no sentido das tuas afirmações… o que de algum modo inibe a tua liberdade de decisão.
[…poderei estar enganado, mas estarás a querer agradar a alguém…apenas isso…]

Nada tenho contra a “igreja” ou as tuas convicções religiosas, mas com que legitimidade mencionas: “…o 5º mandamento como transversal a toda a pessoa civilizada, mesmo que não crente…”. Quanto a mim, este “lapso” que te compromete com a “igreja”, priva-te de isenção e seriedade, levando-te a divagar em acusações incoerentes de um servilismo ignóbil e presunçoso…
Consciente da violência das palavras, penso que neste caso em particular, a igreja deveria manifestar-se, do mesmo modo como se manifestou, enquanto o holocausto “acontecia”…em silêncio. Marginalizadas ao longo dos séculos pela igreja, a “Mulher” nunca foi identificada como divina por mérito próprio, … nem mesmo Maria mãe de Jesus, sendo a mãe de Deus nunca foi considerada “Deus Mãe” em pé de igualdade com “Deus Pai”!... [“…optou pelo fundamento do “masculino” criando ícones femininos estéreis…”] Omitamos por conveniência e bom senso… a inquisição e outros!!!

Como posfácio apenas para fazer notar que poderás considerar-me herege, o que segundo a tradição será alguém que se desvia da “verdadeira fé”. Mas o que é que define a “verdadeira fé”? Quem é que a classifica assim e porque razões?

Para mim, “Fé” corresponde á nossa relação com o divino e “religião é a tentativa de impormos a nossa visão sobre Deus a outra pessoa…

Comentários

DTS disse…
Meu caro Demónio,
Ao estilo do teu prefácio, deixa-me prefaciar que gostei muito da tua atitude. Gostei da coragem, gostei das palavras irrazoáveis (tais como as minhas) com que discutimos algo razoável, a vida.
Como vez, ambos estamos convictos que a razão nos assiste. Como afirmas, até prova em contrário. Posso-te dizer que já ouvi mais pessoas a dizer que Deus existe do que o contrário. Mas isso são outras águas.
Pronto, confundiste logo religião e política. Um dos erros que aponto à Igreja, a sua politização. Realmente, por muito que goste de ter visto a missa celebrada no rito bizantino, sou Apostólico Romano. E nunca tive contacto com a ortodoxia. Agora, tu estás a ser incoerente, sem querer. A minha opção pelo cristianismo foi feita de livre vontade, consciente de tudo o que implicava. Aliás, tive mesmo para desistir de fazer a 1ª comunhão e a profissão de votos cristãos (algo que poucas pessoas fazem, que é reafirmar o basptismo, onde disse que renunciava a ti). Portanto, sendo a minha opção livre, é a minha opinião livre. Que mania que as pessoas têm de dizer que nós somos como as ovelhas atrás do pastor, que dizemos "mé" se ele diz "mé". Eu disse "mé" só por acaso, em concordância com ele. [espero que entendas as figuras estilísticas, senão não perceberás o meu texto como eu o escrevo]. Portanto, quero agradar a Deus e à minha razão.
Conheces o 5º mandamento? Não matarás? Posso-te dizer que hoje em dia, para o caso de andares desfazado do mundo, pelo menos na teoria a civilização não aceita o homicídio. Aviso-te só que a via do insulto (presunçoso, servil, etc) não é um bom caminho. Espero que tenhas reparado que nunca te faltei à educação.
Sobre o holocausto, podia dizer-te coisas que te fariam mudar de opinião, mas que por escrito são impossíveis de relatar com precisão. Por isso, se algum dia falar contigo, tentarei mostrar-te a história do holocausto. No entanto, tu criticas. Criticas o "quietismo" no holocausto. Pois bem, a Igreja não quer ser daqui a 50 anos criticada de não ter defendido os seus valores para a vida.
Deus (disse João Paulo I) acima de Pai, é Mãe. É uma entidade que representa ambos. Maria é o meio de o trazer à terra. E posso-te dizer que, perante estes valores, aceitaria ser cristão se a messias fosse uma mulher. Isso para mim não difere em nada a condição humana, nem muito menos reduz Maria do seu pedestal de Mãe de Jesus.
Entendo nas tuas palavras um acre dissabor com a Igreja de Cristo. Falas no aborto, e depois referes a inquisição. Meu amigo, são coisas diferentes que não tem ligação possível.
Para meu posfácio, declaro que não te acho herege, mas uma pessoa sem Fé. Quem define a Fé é Cristo, que labora na sua Igreja. Temos visões diferentes, é certo. Mas posso dizer-te que sou religioso, tenho uma religião, e que não a imponho aos outros, mas sim tento mostrá-la o melhor que posso.
Os meus melhores cumprimentos,
Diogo Taveira Teixeira Santos
Elsa Sequeira disse…
Diogo!
Simplesmente genial!
Quem escreve assim está certamente iluminado pelo Espírito Santo!!
Pois, eu também sou como tu, fiz a minha Confirmação com 37 anos, e soube muito bem porque fiz!
orgulho-me de ti!! a sério!!!

Quanto a ti..."Demo"...
Deus fez-nos livres, por isso somos livres de acreditar ou não acreditar no quer que seja!!
Eu não tento mudar as ideias de ninguém, e digo-te tenho um colega que é muçulmano,e damo-nos lindamente, respeitamo-nos mutuamente...e o respeito pelas ideias dos outros é das melhores coisas que pode existir!!
DTS disse…
Esqueci-me de deixar o meu mail, para qualquer acrimónia que te vá na alma em relação a mim. Sente-te livre para escrever para taveira.d@gmail.com

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