...Quês e Porquês...


Longe vão os tempos em que seria necessário “ofender” a Igreja para sermos adjectivados – pejorativamente –, de “ateus” ou “hereges”. Hoje, perante um declarado fundamentalismo, bastará relatarmos ou transcrevermos factos históricos – corroborados inclusive pela própria Igreja –, e somos logo confrontados, á semelhança de outros tempos, por um batalhão “inquisitório”, que provavelmente não decretará nova “cruzada” contra o infiel, apenas por falta de “quórum”… pois de acordo com as origens da Sta. Inquisição, a supressão da verdade, será considerada uma virtude para a aplicação da ortodoxia da Igreja.
Sem ter percebido ainda a razão pela qual temem a divulgação destes factos – públicos e publicados –, continuo a entender que […informar é dever de quem não teme, confundir a arma do covarde e ocultar a arma do poder…] e que as responsabilidades deverão ser assumidas… sejam elas boas ou más…
Ao contrário de algumas vozes criticas, incapazes de proceder á distinção entre “dogmas teológicos” e racionalidade – e que instintivamente reagem deixando transparecer um fundamentalismo latente –, eu não temo a verdade e subscreverei sempre as ideias, de todos aqueles que consideram que a compreensão da “história” será uma via para o futuro… e que ignorá-la será privilegiar a ignorância.
Considerar que, não concordar com determinada teoria será obra de um “anjo demoníaco” – Lúcifer (?) –, será não só um sentimento autista, bem como avesso a todas as concepções de “coerência” e “liberdade”, até porque eu, jamais consideraria toda a Igreja “pedófila” apenas porque uma mão cheia de sacerdotes… pecou.

Consciente de que a lingua portuguêsa é difícil, mas acessível… considero que, se a leitura dos meus textos for feita de forma isenta, será possível constatar que jamais desferi qualquer ataque contra alguém – o que até será contrário aos meus princípios e ideais –, … ter-me-ei apenas manifestado avesso, ao facto de que as crianças sejam de algum modo, incentivadas a escreverem “bonito” e para alguém (sem divulgar nomes, blogs ou posts), considerando apenas que deverão crescer livres de pressões – embora “resguardadas” –, de modo a conseguirem uma formação de carácter consistente, que lhes permita posteriormente decidir… por opção.
Uma criança de tenra idade – que certamente desconhecerá o seu próprio “eu” –, não terá noção, ao contrário do que queiram fazer crer, do que serão as razões da razão…
ou proceder á distinção entre “dogmas teológico” e racionalismo…

Quanto a mim… acredito que Deus continue envolto em “mistério”, enquanto olharmos para o infinito com olhos finitos… [… provavelmente Deus quererá, que em lugar da aceitação cega de um dogma, houvesse uma vida de procura… onde se eliminasse o que seria notoriamente falso e se comprovasse o que daí remanescia…]

Saudações

Ps: … se perante a divulgação destes “pequenos” factos a reacção terá sido esta… como reagirão com a divulgação da Cruzada Albigense em 1209?
[… o primeiro genocídio da história europeia (executado em nome da Igreja) … e ordenado, pelo Papa Inocêncio III…].
É durante este acontecimento que o representante papal quando questionado, por um oficial militar, sobre o modo a seguir que permitisse distinguir os hereges dos verdadeiros crentes, este teria respondido: [“…matai-os a todos, Deus reconhecerá os seus…”] e assim foram chacinados os mais de 15.000 habitantes de Béziers.

Apesar de este acontecimento constar dos livros de “ história” e estar publicado… certamente reagiriam comentando:
[…terribilis est locus iste…]

Comentários

Maria João disse…
Por que é que te baseias tanto na Inquisição? Infelizmente aconteceu, mas já não acontece.




Um abraço
nahar disse…
lembra-te que a Igreja tem acções feitas por homens e num determinado contexto historico...Deus actua nas pequenas coisas que não a morte ou a injustiça. O rosto de Deus é o amor...
Demo disse…
Maria João

Eu sirvo-me da "historicidade" religiosa apenas por uma questão de posicionamento… realçando o ridículo da imposição de uma fé – “descaracterizada” –, que se sobreponha á razão… A “fé” deverá sempre ser considerada dentro dos limites da “razão”… e sentida com “sabedoria”. Não puramente para agradar

Por outro lado, e numa análise mais profunda das características dos comentários – análise mais focalizada e menos periférica –, será notório, o “espírito inquisitório” – patente –, que terá sido manifestado… reacções próprias de intranquilidade e soberba. [… a refutação das ideias e ideais divergentes, serão consideradas heresias (literalmente) … sem justificações…] A história estará repleta deste tipo de atitudes.

Poderia recorrer a outros exemplos mais recentes… como o silêncio durante o “holocausto”… ou até mesmo recuar – historicamente, claro –, aos tempos dos primeiros “conflitos” entre cristãos… ou a exclusão do “divino feminino” por parte dum poder flácido e misógino… mas esses serão factos menos conhecidos para quem se preocupa exclusiva e cegamente com a “doutrina”.

Fica bem
Sandra Dantas disse…
Pois é, meu querido,
continuas a falar de uma parte da verdade como se fosse "a Verdade"!
Já que falas tanto em factos históricos, porque falas sempre e só da parte que te convém? Keres falar do silêncio em relação ao holocausto? Pois bem, se houve silêncio foi porque as consequências seriam bem mais graves se o Papa se tivesse pronunciado, talvez ficasse melhor visto aos olhos da história, mas quem sofreria com isso seriam os judeus e foram eles próprios a pedirem-lhe que não se pronunciasse. Porque não falas também dos judeus que ele escondeu e salvou no próprio Vaticano?! Isto também é histórico, embora menos conhecido!
Mais uma vez te digo que não conheces toda a história, como julgas conhecer!
A nossa visão é sempre diabólica(diabólico é algo que separa, que divide), e nós nunca conhecemos tudo, por isso a nossa visão é diabólica. Vê só uma parte!
E já agora, deixa que te diga que me admiro do facto de tu dizeres que não devem ser impostos os pontos de vista mas queres impor os teus como os verdadeiros, afinal és bem mais dogmático do que pensas!
A razão não é a única dimensão da pessoa humana, não sei se entendes isso!

Um abraço,
Fica bem!
Demo disse…
Nahar

Serão certamente “acções” concebidas por homens, mas em nome de uma Igreja, mais preocupada com a sobrevivência oficial da instituição, do que com a fé e as almas dos crentes… em nome de um “Deus”, que nunca será posto em perigo, especialmente pela verdade… um Deus cujo rosto – como dizes, e bem –, é o amor…
Afirmas – eu subscrevo e complemento –, Deus é amor… é vida… é verdade…
A fé sustém-nos… a religião divide-nos

Saudações
DTS disse…
Visto que estes espaços de comentários é livre, posso expôr-te um pequeno ponto de vista:
O "divino feminino" é algo incompurtável pela Doutrina da Igreja. E é assim porque não existe um divino masculino. Deus (lá por ter o nome no masculino) é Pai, e sobretudo Mãe (disse o Papa João Paulo I), sendo uma visão da Fé com que eu concordo.
Queria ainda dizer que não acho que Deus eé homem ou mulher. Aliás, seria contra a sua natureza. Deus é Espírito, com a sua vertente de Pai, de Filho.
Demo disse…
Sandra
A minha “posição” religiosa será diferente, não pela refutação da crença em Deus mas, pela forma “fundamentalista” como a maioria a “expõe”… será assim tão difícil de perceber? Será isso motivo para adopção de “alergias” inquisitórias…
Com todas as igrejas que existem no mundo e as suas múltiplas crenças, considero ser uma prepotência cada um pensar que detém a verdade e que o resto deve ir para o inferno… não será a exclusão, a rejeição e as ofensas em relação a visões diferentes sobre Deus um dos pecados do homem?
Quanto a esgrimir argumentos contigo, até que poderá ser um prazer… mas reservo-me para uma próxima oportunidade…
Fica bem
Demo disse…
Diogo

Como tenho andado atrasado nas respostas aos teus comentários, tentarei esclarecer-te muito em breve e aos poucos, deixando o “divino feminino” para uma próxima ocasião… aonde poderás apresentar argumentos… contra quem “ concebe”.

Independentemente de me tratares da maneira que entenderes, tentarei explicar-te que o facto de não concordar com alguns pontos de vista… não é motivo para pensares que terei sido vitima de um qualquer trauma por parte da Igreja… o meu “distanciamento”, terá a ver – entre outras coisas –, também com a aceitação da fé, nos moldes em que a Igreja o faz… em segunda mão.

No que toca ao “escrever para agradar”, poderei tranquilizar-te porque não se trata de nada pessoal… mas penso que não tens que pedir desculpa publicamente por não teres rezado… ninguém tem nada com isso… a tua relação com Deus será uma relação de intimidade, exclusivamente entre “Ele” e tu…

Quando digo que a igreja tem errado, não me refiro propriamente á doutrina… mas existem outras condicionantes, em que tem sido reincidente… mesmo actualmente.

Fica bem
Sandra Dantas disse…
Querido amigo,
eu entendo que não gostes da forma "fundamentalista" como muita gente fala, no entanto, acabas por cair no mesmo erro, do lado contrário, entendes?
As "alergias" inquisitórias dão-se pelo facto de toda a gente usar esse argumento para falar contra a Igreja, percebes? É claro que tudo o que é demais é exagero!!!
Gostaria de te dar uma sugestão, desculpa a ousadia, em vez de procurar argumentos contra isto ou aquilo na Igreja, porque não expões o teu pensamento sobre a questão de Deus e a questão religiosa e assim poderíamos falar abertamente sobre isso. Sem estar a "esgrimir" argumentos, não é isso que realmente me interessa!
Um abraço,
Fica bem!
A Igreja, como instituição humana que é, não é perfeita. Mas só quem dela participa se pode queixar ou vangloriar da própria. Quem não acredita, nem quer seguir o que a Igreja defende, não pode criticar aqueles que o fazem nem aquilo que a Igreja fazou diz, a não ser na perspectiva do "não concordo".
A Igreja diz, e acredita e segue os seus ensinamentos quem quer. Os outros nada têm a haver com isso! (Eu sou Portista, p.e., e não meto o bedelho nos assuntos do SLB, senão na base do "se fosse eu...")
Demo disse…
Meu Caro "Gonçalinho"
A questão aqui não será propriamente o “ não gosta, não come”. Será mais, a reposição de certas “inverdades” ou a correcção de certos desvios, será ouvir a outra versão e/ou interpretação dos factos.
Por outras palavras, e poderás considerar “preciosismos”, será o mesmo que os “lampiões” atribuírem a supremacia do teu “FêCêPê” nestes últimos anos ás (tendenciosas) arbitragens… na minha perspectiva, justifica-se ouvir a outra versão dos factos ou possivelmente a correcção daquilo que se considere “a verdade”.
Fica bem e continua atento
DTS disse…
Demo, agora entendi o que querias dizer, porque realmente te explicaste bem.
Afinal, o agradar é sobre o post do "Perdão"... deveria ter-me lembrado. Bem, se reparares, não peço perdão por não ter rezado, mas sim por porque "não rezei com tanto fervor por todos vós.". E também porque não subsisti na Fé em que EU queria subsistir.
Um abraço,
Diogo

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