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A “palmada” na educação III.

Surpreendente é a posição extremista de alguns representantes de “seitas” que, debitando inanidades, teimam em ignorar os direitos e liberdades dos jovens em nome de uma “ideia abstrata” que degrada as suas mentes tornando-os resistentes – senão mesmo, imunes –, à verdade e à razão. Educar não é doutrinar. Educar é promover a verdade através do saber e da razão. Vedar o acesso a certos factos para melhor manipular opiniões não é educar, é doutrinar. Doutrinar é fomentar conveniências de forma conveniente, é regredir. Acreditar na validade de conceitos e preconceitos da idade média para uma educação nos dias de hoje é o mesmo que promover a regressão a uma nova época de obscurantismo. Alguns iluminados, adeptos da ditadura da conveniência, alegam em sua defesa que “a punição física quando feita de forma carinhosa é uma forma válida na educação dos filhos”. Este tipo de atoardas significa o quê? O que é isso de “punição física feita de forma carinhosa”? “Punição física”

A “palmada” na educação II.

Pelo que li, é possível perceber, não só a debilidade e inconsistência, por falta de justificação, nos argumentos que contestam a lei, mas também um fundamentalismo retrógrado por parte de gente que – em pleno século XXI –, fala em educar segundo conceitos, preconceitos e superstições da idade média registados num “manual” elaborado por gente limitada no tempo e no espaço. Quando falo em “debilidade e inconsistência, por falta de justificação, nos argumentos que contestam a lei” estou a referir-me a justificações – como “uma palmada nunca fez mal a ninguém”, “eu levei muitas e não sou violento”, “uma palmada dada na hora certa é remédio santo”… –, demasiado inconsistentes. Eu também levei algumas palmadas mas isso não justifica que a violência é uma ferramenta na “arte” de educar. E não me venham com a conversa da “palmada carinhosa”, da “palmada educativa” ou da “palmada correctiva” porque isso é promover a ignorância, é auto prescrever um atestado de duplicidade intelectual. Um

A “palmada” na educação I.

A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na passada quarta-feira o projeto-lei de proteção a menores que ficou conhecida como a “lei da palmada”. Supostamente esta lei surge para proteger os jovens da violência de adultos “ultrapassados” e/ou frustrados que teimam em promover os seus defeitos e preconceitos através da lei do mais forte. Ao contrário do que o senso comum pretende fazer crer, o “estado”, ao promover estas leis não pretende interferir na formação ou na forma, como as famílias devem educar os seus membros mais novos mas apenas contribuir para uma formação dos jovens alicerçada na racionalidade e sem violência. As leis devem ser preventivas e não repressivas de forma a evitar o aumento de excluídos. Este tipo de lei deveria ser aplaudida não só porque ajuda a promover o diálogo nas relações familiares e consequente consenso quanto ao “espírito de família” mas também porque leva os jovens a encarar a violência como algo negativo a evitar. A formação dos jovens é “

A liberdade e a crença II...

A disponibilidade, para comentários ou debates, tem sido mínima devido á sobrecarga de trabalho mas, sempre que possível, procuro estar atento ao pensamento (?) de alguns “autores” que, confundindo preconceitos com atitudes, teimam em promover a ignorância. Tal como o propagandista, estes pseudo moralistas não estão interessados na verdade, mas sim, em controlar os argumentos desfavoráveis, deturpando-os. Uma certa comunidade religiosa brasileira optou por assumir uma “cruzada” contra a homossexualidade – em particular contra uma lei que criminalizará a violência sobre os homossexuais –, apenas pela incapacidade de reconhecerem aos outros, o direito á liberdade. No fundo, estes auto proclamados defensores da moral e bons costumes que teimam em negar o acesso á liberdade a quem deles discorde, fazem-no apenas, devido a preconceitos “registados” num manual da idade média, cujos autores, além de limitados pelo tempo e pelo espaço, pretendiam apenas a divulgação doutrinal de uma ideol

A liberdade e a crença I

As crenças são alavancas que fazem mover quase tudo na vida de uma pessoa. Definem a visão do mundo, ditam o comportamento e determinam as reacções emocionais em relação aos outros seres humanos. Normalmente para quem vive num mundo a preto e branco é muito difícil discutir e aceitar ideias diferentes, o que corrói a possibilidade de discussão dessas mesmas ideias e inviabiliza o “pensamento livre”, isento e racional. Alguns crentes, cujas ideias são constantemente desmistificadas, refutadas e contrariadas confundem (por conveniência) “pensamento livre” com “aquilo que gostariam que fosse verdade” e, quando confrontados com o erro do seu raciocínio, manifestam predisposição para promover a mentira adulterando o significado das coisas. Este tipo de lamentos revela resíduos de intolerância porque “liberdade” significa coexistência de modelos e não a imposição de um em concreto. “Pensamento livre” é questionar, é esclarecer dúvidas, é confrontar ideias e debatê-las. É saber porque r

Conjunctura do desígnio...

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Um erro recorrente na argumentação criacionista é que aponta falhas nas teorias existentes e propões “Deus” como alternativa. Ou seja, conclui a existência de “Deus” por considerar insuficiente a explicação das teorias científicas. Esse é o Deus-das-lacunas, cujo poder diminui com o aumento do conhecimento humano.

Demagogia constante

Se pretendermos promover a seriedade intelectual devemos denunciar alguns argumentos teístas criados com o objectivo único de atribuir responsabilidades a todos os não-crentes, por crimes cometidos a título individual, por pessoas que em muitos casos foram vitimas de uma educação férrea alicerçada num cristianismo – imposto (com enormes custos em vidas humanas) á algumas centenas de anos. A formação dum indivíduo tem a ver com o conhecimento acumulado ao longo da vida e com a interiorização dos valores existentes. Por uma questão de princípios, o indivíduo irá reagir de acordo com esses valores que estarão na origem da responsabilidade de todas as suas boas ou más decisões ao longo da vida. A menos que se pretenda atribuir as boas acções á crença e as más á descrença, toda a decisão de um indivíduo, mesmo influenciado, tem carácter individual, e se a pretensão de se libertar de valores que o “asfixiam” o levam aos meandros do crime será sempre, por uma opção pessoal, para se livr

“Relativismo demagógico” ou “Demagogia relativista”?

A demagogia é a arte da manipulação do povo e é exercida por aqueles que, maliciosamente sabem vender uma mentira: os demagogos. Sabidos e de oratória fácil exploram os medos e os preconceitos populares para o conduzir por atalhos que nada têm a ver com o bem comum, apenas com a realização dos seus objectivos: a imposição de um estado submisso. Uma das estratégias adoptadas pelos crentes na defesa das suas convicções é o uso de posições e argumentos filosóficos como forma de baralhar para convencer. Pura demagogia. Depois de eu ter defendido que a “moral” não tinha nada a ver com divindades e que era apenas um conceito cuja definição teria a ver com as convicções sociais e culturais de um povo, o Maurílo procurou defender a sua posição desta forma: Se você acha que a moral é um costruto social, então você não pode julgar os antigos israelitas por nenhuma suposta atrocidades porque todas elas podiam ser toleráveis dentro da sociedade israelita antiga. Traduzindo á letra o que

Suposta benevolência…

“Misteriosos são os desígnios do Senhor”. Esta é uma das pérolas utilizada pelos crentes para fazer passar a ideia errada, de que tudo é aceitável e de igual valor, apenas com a intenção de transmitir uma mensagem, no mínimo, duvidosa e incoerente. Algumas justificações, além de ridículas, revelam a inexistência ou incapacidade de pensamento dos crentes que, convencidos pelas falsas virtudes de um punhado de preconceitos, acabam por aceitar e promover ideias e atitudes que ultrapassam as fronteiras do que é racionalmente aceitável. Para quem lê Deuteronômio 13:6-10 – na interpretação católica ou evangélica –, as dúvidas, quanto á existência de uma divindade benevolente, ficam esclarecidas de imediato. Um ser superior que exige o apedrejamento até á morte, de quem ponha em causa a sua existência ou doutrina, é certamente um promotor da paz e do amor. O Maurílo , por exemplo, justifica estes versículos afirmando que: “Se Deus é nosso dono, se Ele é uma divindade, então, Ele tem