Visionários


Caro Cipriano

Considerando o conteúdo do seu texto como pura retórica – falou, falou, mas não disse nada –, destacarei apenas três pontos que considerarei essenciais, e que terão relacionado a sua “crendice” àquilo que Thomas More tão bem definiu no seu livro, “Utopia”. Além de absurdos e ultrapassados, os seus argumentos serão difíceis de aceitar para quem não seja condicionado á partida. A velha táctica de direccionar a conversa para outro contexto, evitando argumentar ou justificar, só revela a ausência e a debilidade de argumentos, o desespero duma crença fustigada por factos inconvenientes.
Caro Cipriano, informar é dever de quem não teme confundir a arma do cobarde e ocultar a arma do poder. Hoje, o conhecimento da história está ao alcance de muitos e a mentira sobre factos é mais fácil de rebater do que o embuste sobre “Deus”.

1] Ao sugerir indelicadeza por invasão de propriedade alheia, a razão será discutível – não afirmo que não a tenha –, devido ao desconhecimento – de que apenas os “crentes” em verdades dogmáticas teriam acesso aos comentários –, pela ausência de orientações nesse sentido. Civicamente confesso, que a minha intenção terá sido apenas a de questionar… a convicção absoluta dos factos, reconfirmando que a negação da evidência é uma constante na história da religião.
Terei invadido o “seu domínio”, mas sempre de modo racional, cívico e educado, pelo que afirmar que terei recorrido ao insulto não corresponderá á verdade. A menos que defina uma opinião diferente da sua…como um insulto.

2] Quanto á sua aula de história… terei ficado elucidado com tanta evidência.
A “Inquisição” terá sido compreensível … em nome de um “Deus”, claro está!
Assassínios, genocídio, mortes, perseguições, horror, destruição… um mal necessário, em nome de um “Deus”!!! [… em nome de qualquer um ou só do seu?...]

[…provavelmente, (a perseguição e tentativa de extermínio dos “gnósticos”… as barbaridades das “cruzadas”… o reinado de terror de “Savonarola” – o mentor da fogueira das vaidades -, … a falsificação de documentos por parte do Vaticano naquilo que é conhecido como “ A doação de Constantino”… a fraude - cientificamente comprovada -, que é o “sudário de Turim”… a barbaridade que foi a “evangelização” imposta aos povos… entre outros) … terão sido compreensíveis, porque “foram-no” em nome de um Deus… “todo ele”, justiça, bondade e perfeição.]

Afinal que “Deus” é esse que tolera a violência – mesmo que em seu nome –, e delicia-se sobrevivendo atolado em mentira, dor e morte? Será o tal “Deus” perfeito, justo e bondoso? Que religião é essa, próspera em espectáculos de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a cultura? A violência não é a negação da inteligência?
Concordar, não é aceitar, acreditar… ser conivente?
Perante tudo isto, permita-me citar Bakunin, que terá sido perspicaz em identificar a religião como uma das mais importantes raízes da opressão … “Se um deus como o bíblico existisse, o melhor que faria pelos homens que tanto ama, seria deixar de existir.”

3]”…Se não tivermos a certeza absoluta de algo, então tenhamos a coragem suficiente para duvidar desse algo…”. Citando Kant posso garantir que tenho saciado as minhas dúvidas… através do conhecimento. Terá sido assim que percebi a razão, da religião pretender destruir a ciência e o conhecimento… foi assim que percebi o significado religioso de “livre arbítrio”… Mas continuarei a saciar-me.
Ao invés daquilo que alega, foi desprovido de arrogância que questionei e argumentei sobre “história” – factos reais, que tiveram lugar e estão registados em compêndios –, os quais nunca refutou. Argumentos muitas vezes manipulados com a pretensão de deturparem, senão mesmo ocultarem a verdade, literalmente.

Perante isto – e se lhe serve de consolo –, partindo da premissa de que o analfabetismo favorece a fé, acredito que a noção que se tem de Deus está de tal maneira corrompida pelas conveniências da religião organizada, está de tal maneira adulterada, que a sua existência parece rodeada de suspeita. Porque quando se conta uma mentira, tem de se contar uma outra, e mais outra, e outra, até se camuflar a verdade de tal maneira que a rede de mentiras acaba por destruir a própria fé

Humildemente elucidado

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