Verdade "verdadeira"


“Bem aventurados os pobres de espírito, pois deles será o reino dos céus.”

Terá sido este, o meu comentário a um conceito sobre a nova “verdade” (verdadeira), no mínimo abominável. Pior do que a ignorância, será teimar em privilegiar essa mesma ignorância que persiste cegamente em olhar a fé, fechando os olhos á razão.
A negação adoptada perante novos factos, faz lembrar claramente, a mesma forma de negação adoptada pela igreja sobre a posição da terra no universo e respectiva forma.
Galileu Galilei e Giordano Bruno terão vivido – na intimidade –, essa “verdade” (verdadeira) … prova da imbecilidade humana.
Ao professar esse tipo de idolatria – a “verdade” suportada por dogmas (inquestionáveis e convenientes) –, de forma tão explícita, elimina qualquer dúvida – se é que existissem –, de que a irracionalidade religiosa tem muitas vezes colocado obstáculos para o melhoramento da humanidade e que acreditar “… que por vezes é desígnio de Deus sacrificar os inocentes para testar os fieis…”, é uma barbaridade do tamanho do mundo.
Nietzsche ao afirmar que: “…o homem crente é necessariamente um homem dependente… ele não pertence a si mesmo, mas ao autor da ideia em que ele acredita…”, também alerta para a (de) formação deste tipo de mentes néscias e violentas que – com uma visceral dependência de protagonismo –, deixam-nos apreensivos quanto ao retorno aos tempos da “pia funerária flamejante”, ou ao uso por decreto do “Malleus maleficarum” – a segunda Bíblia da igreja, para uns, o código penal da inquisição, para outros –.

Ao reler todo o “esgrimir” de argumentos por nós “postado”, é possível constatar que nenhuma das minhas “questões” terá sido refutada… nem sequer terá sido alvo de qualquer contra-argumentação… mesmo isentas de suportes dogmáticos.
Exigir a divulgação das minhas fontes faz lembrar “Savonarola” que – acreditava que a verdade limitava-se a servir a fé, porque quando se desviava dessa finalidade o orgulho levava o homem a cair em tentação –, citava Aquino por ser cristão, e insurgia-se quando citavam Aristóteles por ser pagão, mesmo sabendo que o primeiro ter-se-á iniciado com as teorias do segundo.
Ao contrário de si – que considera a verdade verdadeira apenas a editada pela sua religião –, as minhas fontes serão publicações das mais variadas procedências – hoje, qualquer livraria os possui –, mas poderei garantir-lhe que evito, sempre que possível as… tendenciosas. Porque acredito que o conhecimento liberta e onde há dúvida há liberdade…

Termino desta vez pondo-lhe duas questões…
1) Rege-se pela coerência ou pela dualidade de critérios?
Pelo facto de ter citado um parágrafo dum texto “gnóstico”, que considerei indicado para o desenvolvimento do meu pensamento… rotulou-me – de modo depreciativo –, como “gnóstico”…
Quando Bento XVI citou Manuel II Paleólogo, – sobre Maomé –, tê-lo-á rotulado também de fundamentalista?
2) Acredita mesmo ou será apenas reflexo da sombra de um supervisor implacável?
Será nesta citação do “evangelho” que deposita esperanças?

“Vou destruir a sabedoria dos sábios e reduzir a nada a compreensão de todos os que compreendem. Não vês como Deus mostrou a vacuidade da sabedoria humana?”

Comentários

Maria João disse…
O que é que a Fé /razão tem a ver com a bem-aventurança?

Não percebi.

Um abraço

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