A “palmada” na educação II.

Pelo que li, é possível perceber, não só a debilidade e inconsistência, por falta de justificação, nos argumentos que contestam a lei, mas também um fundamentalismo retrógrado por parte de gente que – em pleno século XXI –, fala em educar segundo conceitos, preconceitos e superstições da idade média registados num “manual” elaborado por gente limitada no tempo e no espaço.

Quando falo em “debilidade e inconsistência, por falta de justificação, nos argumentos que contestam a lei” estou a referir-me a justificações – como “uma palmada nunca fez mal a ninguém”, “eu levei muitas e não sou violento”, “uma palmada dada na hora certa é remédio santo”… –, demasiado inconsistentes.

Eu também levei algumas palmadas mas isso não justifica que a violência é uma ferramenta na “arte” de educar. E não me venham com a conversa da “palmada carinhosa”, da “palmada educativa” ou da “palmada correctiva” porque isso é promover a ignorância, é auto prescrever um atestado de duplicidade intelectual.

Uma palmada é uma palmada, é uma forma de violência que provoca dor física e psicológica. Apesar de nem todos reagirmos da mesma maneira, ninguém gostou das palmadas que levou e certamente que, na altura e de certa forma, condenaram a injustiça da crueldade de que foram vitimas.

Os jovens são seres humanos com personalidade própria a quem devemos transmitir saber e conhecimento para que de forma coerente e através da experiência vivida possam evoluir de forma racional e inovar. Aos responsáveis pela sua existência, ou seja aos progenitores, cabe o dever de orientação e, sem comparações com a sua própria formação, facultar-lhes, de forma isenta, as diferenças entre dualidades.

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