A liberdade e a crença II...

A disponibilidade, para comentários ou debates, tem sido mínima devido á sobrecarga de trabalho mas, sempre que possível, procuro estar atento ao pensamento (?) de alguns “autores” que, confundindo preconceitos com atitudes, teimam em promover a ignorância.
Tal como o propagandista, estes pseudo moralistas não estão interessados na verdade, mas sim, em controlar os argumentos desfavoráveis, deturpando-os.

Uma certa comunidade religiosa brasileira optou por assumir uma “cruzada” contra a homossexualidade – em particular contra uma lei que criminalizará a violência sobre os homossexuais –, apenas pela incapacidade de reconhecerem aos outros, o direito á liberdade.

No fundo, estes auto proclamados defensores da moral e bons costumes que teimam em negar o acesso á liberdade a quem deles discorde, fazem-no apenas, devido a preconceitos “registados” num manual da idade média, cujos autores, além de limitados pelo tempo e pelo espaço, pretendiam apenas a divulgação doutrinal de uma ideologia (a gente com formação e conhecimentos limitados).

Estes “guerreiros” contemporâneos da descrença, sem estarem minimamente interessados na liberdade e no bem-estar dos outros, pretendem apenas a imposição de conceitos e preconceitos que estejam de acordo com a sua fé e doutrina sem se importarem sequer com a argumentação contraditória que teimam em apresentar.

Todos estes”combatentes” ocidentais serão certamente críticos para com países que adoptaram o “islamismo” como religião de Estado – e proíbem todas as outras religiões sob pena de morte dos seus membros –, reclamando pela liberdade (religiosa) inexistente.
Mas, estes mesmos “iluminados” que teimam em acreditar em superstições e ideias abstractas, criticam e condenam a liberdade dos outros escolherem com quem partilhar a vida.

Quando exigimos “liberdade religiosa”, a escolha livre de um “credo”, estamos de certa forma a exigir “liberdade de vida”, ou seja, a liberdade de como devemos viver, ou mesmo, a liberdade de com quem devemos, ou não devemos, viver, assim como com quem devemos, ou não devemos, dormir. Descriminar os outros apenas pela sua opção sexual é promover o preconceito, é reconhecer o direito á asneira. É ser hipócrita.

Viver em sociedade não é só respeitar as leis sociais (feitas pelo homem), é acima de tudo, respeitar os outros. Exigir liberdade apenas para nossa conveniência e recusar essa mesma liberdade a quem contrarie os nossos preconceitos é falta de seriedade intelectual, é hipocrisia.

Homofobia é repulsa ou preconceito contra a homossexualidade ou os homossexuais e não, como pretendem fazer crer, um quadro clínico ou patologia.

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