Reflexos [1]
Tendo resistido á tentação de publicar algumas opiniões próprias por não querer ferir susceptibilidades, vejo-me agora praticamente forçado a fazê-lo por discordar de posições de interesses pouco transparentes…
Jamais tive a intenção de manifestar a minha opinião quanto ao próximo referendo, pois acredito que já estarão todos esclarecidos… apenas me insurjo com atitudes de desinformação e aproveitamento, para claras tentativas de obtenção de dividendos.
Estas linhas serão mais que um comentário, serão uma espécie de “carta aberta” ao autor de um post, do qual discordo… considerando-o de pura demagogia, mau gosto e má fé…(de modo a evitar um texto de grandes dimensões, farei o comentário em duas vezes).
Acidentalmente através de outros “blogs” cheguei ao teu… sou apenas um cidadão anónimo a tentar tirar proveito das novas tecnologias…
Numa primeira leitura ao teu texto intitulado “O Aborto”, fiquei com a sensação de estar perante um discurso de pura retórica, – ou seja, falaste, falaste mas não disseste nada –, agravado por alguns equívocos normais para alguém da tua idade. Seria apenas mais um texto, não fosse a desinformação… intencionalmente empregue.
És jovem, decerto não és pai, nem tens a noção do que é engolir em seco quando o teu filho diz que tem fome, e tu não tens nada para lhe dar… [“…independentemente de sermos a favor ou contra…a interrupção voluntária da gravidez…”]
Ser mulher é bastante mais do que celebrar rituais,... ser mulher é sofrer pelo prazer de parir,... ser mulher é (citando o poeta) ser o “cálice da vida” …
Apesar de todo o sofrimento que lhes está reservado, nenhuma delas “abortará” pelo mero prazer de abortar, por desporto ou para se sentir mais mulher…
Apesar de tudo, e uma vez que gostas de chamar as coisas pelos nomes, fico “estupidamente” perplexo, que um jovem com uma visão “de futuro (?)”, e que até consegue escrever um texto destes, ainda não percebeu que a escolha a ser feita é entre”concordarmos ou não”, com a criação de condições de saúde e higiene que garantam qualidade de vida ás “Mulheres” portuguesas… porque o “aborto”, esse continuará a ser feito, … em clínicas para quem pode, ou em vãos de escada para quem pode menos… ou sabe Deus como, por quem não pode…
Quanto ao investimento com dinheiro dos contribuintes, só por distracção, má fé ou intencionalidade enganosa se pode afirmar uma coisa dessas… [as clínicas espanholas preparam o assalto].
Quanto ao resto, como já frisei é apenas pura retórica… chamar as coisas pelos nomes terá servido apenas para intimidar e insultar… todas aquelas que mesmo assim terão coragem para te perdoar…
Não sou a favor do “aborto” por encomenda, […decerto nenhuma mulher será...] mas neste caso particular concedo á “Mulher” o benefício da dúvida e o direito de decisão...
Porque só o facto de ter que escolher…já é sofrer…
Comentários
Primeiro, quero que saibas que não te censuro nem fico chateado com a tua posição. Foi bom lê-la, porque fiquei a pensar no assunto e entendi que me faltou explanar uma coisa.
Essa coisa foi que não acho que o referendo seja corecto porque vai legalizar o aborto, quando há hipóteses. E uma dessas, muito fortes mesmo, é que o estadinho republicano que nós temos se tente tornar um estado que ajude a família, que consiga e verdadeiramente dê boas condições de vida. Que não tente solucionar um problema cortanto o mal pela raiz (mas que mal??) e sim aparando as folhas e ajudando a que ele cresça no sentido positivo.
Continuarei a comentar, pois sei que falta ainda outra parte.
Só sobre a retórica: foi arte que nunca aprendi. Eu disse o que pensava, e disse coisa alguma sim. Disse que o aborto é mau, sou contra ele e apontei os porquês (já que gostas de coisas pouco floreadas).
Fica sabendo que não me incomodou o teu comentário, mas que fiquei chateado por usares a minha idade como argumento para a minha falta de argumentos.
O autor do Fides Intrepida, Diogo Taveira Teixeira Santos
Apesar da divergência de ideias, numa coisa estamos de acordo [embora por motivos diferentes] …o “aborto” é mau. Isto é ponto assente e ninguém contesta…
Conscientes da impossibilidade de erradicação desta prática – mesmo ilegalmente continuará a “existir” –, deveremos então decidir em consciência e sem falsos pudores, se as “Mulheres” merecem ou não alguma dignidade… ou se deverão continuar a ser “filhas de um Deus menor”…
Quanto á retórica, tem a ver com a coação, intimidação e insulto perpetrados através do uso de palavras menos dignas e incoerentes … Crime será apenas perante a lei, porque nenhuma “delas” se submeterá ao acto, unicamente pelo prazer de se submeter…