Vitórias Morais [2]
Tenho sido acusado pela violência dos ataques que por vezes exerço para com a “igreja”. Não tendo por hábito justificar-me, apenas acedi em esclarecer que nada tendo contra a mesma, a animosidade manifestada será consequência apenas da “inocência” influente, bem patente em algumas opiniões… onde é bem perceptível a existência, – na sombra –, de um supervisor implacável.
Correndo o risco de repetir-me, mantenho a convicção de que a igreja deveria abster-se de comentários e não deturpar o “essencial” da questão… não só por falta de legitimidade para o fazer mas também por isenção e coerência.
[…com que legitimidade, vem agora a igreja em defesa do “feminino” quando levou cerca de dois milénios a despreza-las, menospreza-las e minimiza-las?...]
Fazendo (ab)uso da atracção psicológica que a morte exerce sobre os nossos receios e esperanças mais profundos, promovem a divulgação de visões erradas favorecendo a desinformação… e direccionando-a por conveniência em beneficio próprio.
[…o referendo não será certamente a escolha sobre a “vida/morte” mas sim sobre algo que permite a conjugação verbal em três “tempos diferentes”, (ex.: existiu… existe… existirá) … além de pouco consensual…]
O discurso retórico de pura demagogia e as influências de índole fundamentalista, deverão ser refreadas em nome da serenidade e do respeito pela “Fé” e consciência de cada um… a intimidação e a coacção serão sinais demonstrativos de uma visceral dependência de protagonismo…
[…de que modo se manifestou a igreja enquanto o “holocausto” acontecia?... em silêncio…]
Independentemente de concordarmos ou não, o “aborto” é dor… e o simples facto de a “Mulher” decidir em submeter-se… já é sofrer.
Comentários
Quanto às asneiras, todos nós as fazemos. Obviamente que a Inquisição foi muito grave. O papel das mulheres também nem sempre foi o melhor, é verdade. Entre outras coisas que podia dizer.
Todos erramos, mas também todos nós temos coisas boas. E a Igreja tem coisas muito boas. Então e o apoio que dá a tantas famílias e a tantas pessoas que vivem sozinhas e que nada têm? Olha o caso da Idalina Gomes. Morreu por amor a Deus e ao próximo. Era cristã católica. E como ela quantos missionários há lá fora e cá dentro a fazer o bem, sendo católicos?
Compreendo a tua revolta. Também já me afastei da Igreja. E ainda hoje não concordo com tudo. Mas, não podemos limitar-nos às coisas más. E as boas?
O mundo é imperfeito, haverá sempre asneiras. Mas também haverá sempre coisas muito boas. Jesus também era judeu e não foi por isso que deixou de criticar as coisas más dos judeus ou de salientar as coisas boas. Mas, lá está, estava inserido numa comunidade religiosa.
Tomei a liberdade de o linkar.
Um abraço
Apesar de olharmos a religião de maneira diferente, penso que neste caso especifico a igreja deveria manter-se em silêncio…
[…ao optar pelo fundamento masculino, a igreja não só criou ícones femininos estéreis, (apenas Maria concebeu e provavelmente porque precisavam de uma mãe para Jesus) …mas também transmitiram a mensagem (S. Paulo?) de que todas as mulheres em geral eram impuras e espiritualmente inferiores aos homens… (Madalena terá sido a prova disso…de Apostola Apostolarum, a prostituta… arrependida) …]
Quanto ao facto de todos errarmos, é uma realidade que acontece com a igreja já desde os tempos de Ireneu (bispo 180-200dC) … a história que é ignorada pelos generalidade dos fieis está repleta de casos… [anteriores ao Concílio de Niceia… até aos dias de hoje]. Constantemente justificados por “dogmas teológicos” – criados para não serem questionados –, esse acumular de erros não será o resultado de uma incompetência néscia, mas sim de uma “inocência” (???) deveras angelical.
As pessoas que lá estão e que fazem tudo por tudo para divulgar o Amor de Deus, não têm culpa de certos dogmas e de certas atitudes menos correctas. E coisas más há em todas as religiões. A diferença é que o catolicismo, para além do islamismo, é a religião de que se fala mais na comunicação social. Conheci outras religiões e podes crer que também têm coisas de bradar aos céus. Provavelmente, também deves saber. Mas, lá está, não são todos iguais.
E como disse, compreendo. A Igreja tem feito muitos erros. E estou a falar conhecendo a história da Igreja. Há coisas que também me fazem passar dos carretos e quando é assim eu digo-o. Seja em frente de padres, leigos, etc. Mas, lá está, também se fazem coisas boas.
Além disso, uma coisa é o que a hierarquia superior mostra, outra coisa é o que se faz localmente. Aí, sim, há muita coisa boa. E só Deus sabe como se trabalha para ajudar o próximo sem termos grandes condições. Sou voluntária, trabalho com um grupo de jovens e sou catequista e sei do que falo.
O problema, no meu entender, é que DEus quer uma Igreja de homens e mulheres, sempre prontos a ajudar. Só que só nos últimos tempos é que se passou a dar mais atenção ao que os leigos fazem.